Rainha da Romã
Hoje quero falar de koré, a moça que se tornou deusa da mitologia grega ( Perséfone), cuja tragetória dela é como o ciclo da agricultura, há tempo de plantar e há tempo de colher, o dia e a noite influenciam até na germinação de uma semente acolhida pela terra. Não aprendi isso nos livros , aprendi ouvindo meu avô que me ensinou que a cada semente no chão devo dizer graças a Deus...
Ser filha da deusa da agricultura era sua origem
Menina chamada Koré que significa moça virgem
Dona de uma luz em forma de coração
Ela quando sorria parecia a encantadora filha do verão
Com a moça os deuses queriam se casar
Mas sua mãe a escondia do mundo com medo dela se apaixonar
Curvava-se diante do ciclo da natureza
Quem foi que falou que uma moça simples não pode ser princesa?
Colhendo narcisos junto com as ninfas num campo em flôr
A moça foi raptada por um rei ensandecido de amor
Levada ao ventre da escuridão
No mundo dos mortos ela se recusava a entregar ao rei seu coração
As terras aos poucos foram ficando estérreis e alimentos começaram a faltar
Enquanto a menina definhava se recusando nos lábios qualquer alimento tocar
Mas ninguém conhece nesse mundo os caminhos do coração
Muitas vezes os olhos dizem sim enquanto a boca pronuncia não
Dizem que Eva foi seduzida por uma maçã
Mas essa moça despertou para o desejo quando comeu uma única semente de romã
A frágil donzela desabrochou no terrível inverno
Quem disse que não existem botões de flores no inferno?
Sombria mais justa como sua alma lhe convém
Era agora no reino dos mortos a rainha do bem
Foi feito por Gaia um acordo de paz
Ela ficaria seis meses do ano junto aos pais
Semeando a terra e colhendo os frutos como a moça de Batatais
E seis meses ela estaria amparando as almas no submundo da escuridão
Mulher de personalidade forte e temperamento mortal
Conseguia ainda ser justa e ajudar aos outros mesmo parecendo infernal
Sabia atrair para si a atenção
Afinal até os deuses possuem um coração
O rei da escuridão que nunca havia antes tocado uma rosa
Num trono de ébano viu sombria sua rainha soberana e formosa
Há tempo de plantar e há tempo de colher
Palavras escritas nos bergaminhos e papíros do céu
Caminha pelo Olimpo ouvindo os hinos Homeróicos uma moça chamada Raquel
Que nasce no frescor da luz de toda manhã
E dorme sentindo o gosto da escuridão quando põe na boca uma única semente de romã...