A DERRADEIRA POESIA DE AMOR

O final da jornada

Hoje este pobre poeta,

Andarilho errante

Que sofre a saudade de um amor,

Pede um descanso para o corpo!

Pede um remédio para a dor!

Foi longa a jornada

E foram muitos os espinhos

Pisados pelo caminho,

A sede e a fome o castigaram

Acuando-o como feras ferozes,

Mas, a pior das dores,

Foi o desejo de perdão

Que em agonias atrozes

Sangrou-lhe o peito!

O destino, porém,

Não teve piedade

Deste miserável farrapo

A quem um dia

Chamaram de homem,

O tempo roubou-lhe as forças

E o medo do amanhã

O fez refugiar-se no ontem.

Apenas uma poesia

Deixará escrita antes que morra,

Uma poesia composta

Com um único verso;

Nasci, amei e morri!

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 05/06/2011
Código do texto: T3015151