Entre a distância e a saudade, devaneios em dualidade

"Entre a distância e a saudade,

Somente as lembranças podem confortar nosso coração!”

Esta frase perambulou por aqui por toda tarde

Acredite, um homem derrama lágrima em profusão

Saudade, sufoca, queima, arde

Deixa o ser humano vulnerável

Estou triste...

O coração não está nada confortável...

Sofre pelo que sonhei e ainda não existe

Está pisado, machucado...

A mente vagueia reticente

Penso ser esta a razão de haver perpetuado meu sorriso numa foto

Com as lembranças meu sorriso desboto

Gosto do sorriso deste garoto

Ainda aqui dentro mora

Sorrio quando ele se manifesta

Salta assim de repente, quando assusto está fora

Pula, brinca, zomba da vida e faz festa

Esquece tudo que ainda não veio ou já foi embora

Ele fora e eu dentro, olhando a vida pela fresta

Sentimento ambíguo

Um, sonhador, nada o afeta

Outro desaba sobre o umbigo

Que seja amanhã o dia do sonhador

Que esqueça o joio compartilhando o trigo

E a lembrança forjada em esperança

Afinal, sempre alcança quem sonha

Ainda que seja apenas “ESPERANÇA”

Que entre a distância e a saudade,

Não existam apenas as lembranças para confortar o meu coração.

Poema dedicado àquela que é sem nunca ter sido

Que mora aqui sem nunca ter vindo

Mesmo assim, causou este sentimento infindo

Vivido apenas na sua origem, a virtualidade.

Wanderley Andrade
Enviado por Wanderley Andrade em 05/06/2011
Código do texto: T3014971
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