Entre a distância e a saudade, devaneios em dualidade
"Entre a distância e a saudade,
Somente as lembranças podem confortar nosso coração!”
Esta frase perambulou por aqui por toda tarde
Acredite, um homem derrama lágrima em profusão
Saudade, sufoca, queima, arde
Deixa o ser humano vulnerável
Estou triste...
O coração não está nada confortável...
Sofre pelo que sonhei e ainda não existe
Está pisado, machucado...
A mente vagueia reticente
Penso ser esta a razão de haver perpetuado meu sorriso numa foto
Com as lembranças meu sorriso desboto
Gosto do sorriso deste garoto
Ainda aqui dentro mora
Sorrio quando ele se manifesta
Salta assim de repente, quando assusto está fora
Pula, brinca, zomba da vida e faz festa
Esquece tudo que ainda não veio ou já foi embora
Ele fora e eu dentro, olhando a vida pela fresta
Sentimento ambíguo
Um, sonhador, nada o afeta
Outro desaba sobre o umbigo
Que seja amanhã o dia do sonhador
Que esqueça o joio compartilhando o trigo
E a lembrança forjada em esperança
Afinal, sempre alcança quem sonha
Ainda que seja apenas “ESPERANÇA”
Que entre a distância e a saudade,
Não existam apenas as lembranças para confortar o meu coração.
Poema dedicado àquela que é sem nunca ter sido
Que mora aqui sem nunca ter vindo
Mesmo assim, causou este sentimento infindo
Vivido apenas na sua origem, a virtualidade.