AMANDO A MEU MODO

Quando eu amo, não sou capaz de me igualar a mim

Transcendo o estopim, velejo por desertos de absolutos relativos

Sou sujeito sem predicativos, negações insinuadas por um sim

Mortal projétil de festim, absurdos amparados por motivos!

Eu sigo escoltado por seguras preferências libertárias

Colho frutas imaginárias, bebo o mel das amarguras insípidas

Ao som de musicalidades ríspidas, aos pés de inércias várias

Íntimas ilhas comunitárias, funeral de verdes e secas folhas vívidas!

Sou desses que amam de um modo que o amor ignora

Mostro dentro o que se vê por fora, viro vitrine dos mistérios

Escravo no trono dos impérios, timoneiro no leme das horas

Inimigo das míseras auroras, herdeiro de debutantes dias velhos!

Eu vou amar até depois que ao pó e cinza finalmente retroceder

A contradição irei contradizer, serei discurso encarnado

Por meus tropeços abençoado, indiciado por meu bem querer;

E nunca mais enlouquecer, a ponto de morrer sem ter amado!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 04/06/2011
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