DESFALECER DE AMOR
Adeus! Morena ingrata,
Tu me disseste adeus!
Sem pensar ou titubear
Olhaste dentro dos meus olhos
E, sem se importar
Se eu viveria ou morreria,
Disseste adeus.
Adeus! Palavra impiedosa,
Porque a dizer?
Mesmo que tenhamos a certeza
De que teremos de partir
Ao nascer do dia,
Melhor seria que mentíssemos.
Ah! Não me digas adeus!
Não nessa noite!
Por tudo o que já vivemos
Não digas adeus hoje,
Finjas que ainda nos queremos,
Que não te sou indiferente
E que o brilho dos meus olhos
Ainda encontram reflexos
Dentro dos olhos teus.
Quando a noite sombria
Vai se desvanecendo
Ao romper da aurora
Não diz adeus ao luar,
Enquanto na terra o poeta
Põe-se a sonhar,
Calmamente mergulha no abismo.
Não! Eu te imploro!
Não o digas, por favor!
Deixe-me, ainda uma vez
Beijar-te os lábios,
E acariciar teu corpo
Desfalecendo de amor!
Não! Não digas adeus!