AMOR BEIJADO
Janela meio aberta
Vento assobiante
Bambus beijam o solo a todo instante
Lembro de teus enamorados beijos
Quase um conselho trocados em essências
Tremeluzem hipnóticas sensações
Quando fechamos os olhos neste momento
Saímos e viajamos espaços em anos luz
Nada falamos e tudo se traduz na entrega do beijo
Atingimos o Nirvana da floração
O Satori da iluminação
O timo epicentro do metabolismo flutua, levita
As glândulas sexuais segregam mensagens incógnitas
Em rabiscos de eletrocardiograma
Regular e irregular as agulhas psicografam
Tremem e escrevem o que o coração dita
O ósculo ébrio estado de loucura
Dilatada narcose beijo osmose
Fadas dançando em volta serenas
Como rosas bailando no ar
Escuta-se ao longe o marulho do mar
Na concha de tua boca há uma sereia
A vagar segregam mistérios sem porto pra chegar
Encantam meus sentidos burlam meu juízo
Sustentam o arcabouço verbal do silencio que grita
Chocando a maviosa serpente esgrimam se
Duas delas vermelham se entrelaçam freneticamente
Como um ritual Órfico-Pitagórico e renitente
Onde se enroscam pra sentirem o gosto da paixão fervente
Banhando-se em taças imunes ao veneno da saliva
Sorvendo do vinho da alegria que nunca se azeda
Muito pelo contrário adoça e vivifica...
Beijo-te na boca para inexistir no tempo
O beijo é bem uma confissão multicor
O beijo é a rubrica do amor