Insensato coração
Na sala, a mesa ainda posta,
intacta e silenciosa.
As velas jazem entre as flores,
já sem lume, só em crostas.
No quarto, na solidão,
e um livro entreaberto nas mãos.
Denotam a espera inútil.
Ah! Insensato coração!
O veneno da incerteza,
nos lábios mostra o sabor.
Mas eis que a porta se abre,
e se enlouquecem de amor.
E assim entre beijos febris,
sem cobranças ou lamentos.
Os corpos ali se completam,
anulando os pensamentos.
Mais tarde, uma lágrima cai,
e novamente, a desconfiança.
E sem entender o porquê,
No chão descansa a aliança.
Ah! Insensato coração1
Porque não percebes de vez?
Que seu maior inimigo,
É sua própria insensatez?