Vistas pra grama
Ahh meu Deus esse amor…
Que insiste em querer morar
Em meu peito ele quer ficar
Sem ter, assim, nenhum pudor
Esse amor que vem
Mas mesmo assim não me quer
Me trata mal, pisa e volta
Finge que foi sem querer
Sacaneia, puxa e me solta
Me eleva a cafajeste
Sem eu nem o ser
Fere meu corpo e alma
Como uma peste
Quero esse amor assim mesmo
Pois odeio ficar sozinho
E me agarro nos amigos
Que sempre estão por perto
Não me deixando a mercê
Desse amor, me fazem liberto
Ou me deixam encolhido
Escondido no meu ninho
Mas ele aqui mora porque
Dou abrigo, cama e água
A casa é minha e o peito
É dela, fazer o quê?
A culpa é minha de ser assim
Deixo a porta aberta
Com vista pro meu jardim
Quem entra mela, o pé de lama
E suja toda a sala, porta de entrada
De minha alma, com vistas pra grama.