TURBULENTO MAR
Não sei se não pensei, ou se bem pensei
e por essa razão foi que deixei o
barco a deriva, para que os oceanos da
vida o conduzisse por onde quisesse.
Lembro-me os constantes ruídos provocados
pelos encontros contra os arrecifes, as
águas barulhentas arremessando-se raivosas
contra a quilha da embarcação.
Enfrentamos tempestades, chuvas de
granizo lançadas contra as velas que impulsionavam
o barco ainda flutuante, parecia até que toda a
nossa situação revoltava a mãe natureza.
Houve de tudo inclusive noites apaixonante,
lua cheia, facho de luz sobre as águas como
que indicando o caminho a ser seguido,
não enxergamos coisa alguma...
Nada observamos, nossos corações vendados
não vimos às grandezas da vida,
nada sentimos, não houve reconciliação, e o
barco construído com tanto primor,
acabou indo a pique.