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A ÚLTIMA ROSA

JB Xavier

 
Oh, rosa delicada, de onde vem
Essa doçura, esse veludo que te cobre,
Se convives entre esporões, nessa tua nobre
Altivez, que te coloca no infinito, e ainda além?
 
De onde retiras o frescor, a cândida doçura
O pulsante carmim, a oferenda irrestrita?
E se te escondes entre espinhos, como a prata na acantita...
O que te transforma assim, nessa meiga candura?
 
Vem, perfumada rosa, e ocupa o vazio de minha vida
Vem enfeitar a tristeza e adornar os caminhos
Por onde trilham meus pensamentos, desconsolados e sozinhos,
Vem mostrar-lhes teu ardor e lhes curar a ferida...
 
Que fazes aí nesse vaso, ainda viçosa e bela,
Ainda me lembrando do dia em que em ti habitavam minhas esperanças
No vermelho dos teus anelos, a me trazer dos lábios dela as lembranças
Neste minúsculo mundo onde rebrilhas, altiva e singela...?
 
Oh, delicada rosa, se ao menos esses espinhos que te enfeitam
Fossem venenosas garras que ferissem,
E ao ferirem levassem meu coração às sombras, se existissem
Ainda as ninfas que de amor tanto se deleitam...
 
És a última rosa, o último sinal, o último sonho deste amor distante,
A última fronteira, a última carta, a última amiga que assistiu
Meu último olhar e o último aceno quando ela partiu...
És tu a única testemunha deste último instante...
 
E aí estás, como minha mais ensandecida dor
Como a mais terna de todas as minhas recordações
Pois foste tu que estiveste entre nossos lábios, quando nossos corações
Beijaram-se, trazendo na luz dos olhares todo o nosso ardor...
 
Foste meu último presente, onde ofertei a ela todo o meu amor...
 
* * *
 

THE LAST ROSE

JB Xavier


Oh, gentle rose, from whence come
That sweetness, the velvet that covers you,
If you live between spurs, with your noble
Pride, that puts you at infinity and beyond?

From where you retire the freshness, the candid sweetness
The throbbing crimson, the unrestricted offering?
And if you hide yourself among thorns, like silver in acanthite ...
What makes you so, at that sweet innocence?

Come, fragrant rose, and occupies the void in my life
Come decorate and embellish the sadness paths
Where tread my thoughts, disconsolate and alone,
Come to show thy  burning them and heal the wound...

What are you doing in this vessel, still lush and beautiful,
I still remember the day that you lived in my hopes
In the red of your desires, bringing me memories of youir lips
In this tiny world where you shine, proud and simple...?

Oh, delicate pink, if at least those thorns there is around adorn
Were poisonous claws that strike me,
And, while hurt take my heart to the shadows, if there were
Although the nymphs who love without limits ...

You are the last rose, the last sign, the last dream of this love away,
The final frontier, the last letter, the last friend who saw
My last look and last nodding when she left...
You are the only witness of this last moment ...

And there you are, as my more demented pain
As the most tender of all my memories
Because it was you that stood between our lips when our hearts
Our lips kisses each other, bringing in light of all looks our burning souls...

You were my last gift, which I offers her all my love...

* * *


JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 03/06/2011
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