Uma carta para a princesa.

Como um lunático agressivo,perigoso,

Cá estou eu preso por grilhões.

Por que essa injustiça toda comigo?

Será que amar é crime?

Mesmo estando nesta fortaleza de concreto e aço,

Ainda sinto o calor de seu abraço.

E apesar de aqui ser muito frio,

São as lembranças dos seus beijos que me causam arrepios.

Por uma pequena janela posso ver o mar turbulento,

Constantemente sou alvejado por fortes ventos.

Ah! Quem me dera se fossem eles como seus beijos...

Tenho a impressão de que jamais tornarei a vê-la

E algo me leva a pensar que seremos separados por um eterno silêncio...

Das celas ao lado,posso ouvir gemidos de dor...

Será mais uma vítima da injustiça e do amor?

Talvez...

Sei que estamos unidos em nossos corações, é o que me conforta,

Pois assim fico na esperança,de que a qualquer momento tu entrarás por esta porta,

Não deixando assim,nosso amor,que é dádiva de Deus,

Ser sufocado pelas mãos de homens tão frios quanto este sombrio aposento...

Sei que nossas diferenças sociais nos impedem de ficarmos juntos,

Mas também que estás disposta a largar tudo e todos

Para então sermos felizes...

Ao contrário de minha situação,

Sua prisão é linda e aconchegante.

Porém sei que mesmo assim não é sinônimo de segurança...de paz...

Enquanto obrigadamente nos mantém afastados,

E a solidão nos sufoca,

Sigamos, mantendo-nos esperançosos, fortalecidos tão somente pelo desejo de nos reencontrarmos,

Por essa chama que em nossos peitos não se apaga!

Talvez, quando chegares a ler a carta, já eu não encontre-me aqui,

Mas tenha certeza que eu te amo,

Independente do devir!

De seu eterno e doce amor:Tommy,o plebeu.

Igor I Carneiro
Enviado por Igor I Carneiro em 03/06/2011
Reeditado em 10/02/2017
Código do texto: T3011105
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