Uma carta para a princesa.
Como um lunático agressivo,perigoso,
Cá estou eu preso por grilhões.
Por que essa injustiça toda comigo?
Será que amar é crime?
Mesmo estando nesta fortaleza de concreto e aço,
Ainda sinto o calor de seu abraço.
E apesar de aqui ser muito frio,
São as lembranças dos seus beijos que me causam arrepios.
Por uma pequena janela posso ver o mar turbulento,
Constantemente sou alvejado por fortes ventos.
Ah! Quem me dera se fossem eles como seus beijos...
Tenho a impressão de que jamais tornarei a vê-la
E algo me leva a pensar que seremos separados por um eterno silêncio...
Das celas ao lado,posso ouvir gemidos de dor...
Será mais uma vítima da injustiça e do amor?
Talvez...
Sei que estamos unidos em nossos corações, é o que me conforta,
Pois assim fico na esperança,de que a qualquer momento tu entrarás por esta porta,
Não deixando assim,nosso amor,que é dádiva de Deus,
Ser sufocado pelas mãos de homens tão frios quanto este sombrio aposento...
Sei que nossas diferenças sociais nos impedem de ficarmos juntos,
Mas também que estás disposta a largar tudo e todos
Para então sermos felizes...
Ao contrário de minha situação,
Sua prisão é linda e aconchegante.
Porém sei que mesmo assim não é sinônimo de segurança...de paz...
Enquanto obrigadamente nos mantém afastados,
E a solidão nos sufoca,
Sigamos, mantendo-nos esperançosos, fortalecidos tão somente pelo desejo de nos reencontrarmos,
Por essa chama que em nossos peitos não se apaga!
Talvez, quando chegares a ler a carta, já eu não encontre-me aqui,
Mas tenha certeza que eu te amo,
Independente do devir!
De seu eterno e doce amor:Tommy,o plebeu.