NA MESA DE UM BAR
Amigo, preste atenção!
Não sou boa companhia
Para quem deseja festejar,
A vida me foi madrasta
E não são boas as palavras
Que eu tenho para falar!
Mas se queres te arriscar
Pegue uma cadeira
Peça mais uma cerveja
E pode se assentar.
Será curta a história
Desse desgraçado!
Deixe que minha voz
Se espalhe por esse bar
Para que todos fiquem sabendo
Que um homem também chora!
E o que agora
Parece-nos loucura
Amanhã talvez seja
O motivo de uma bebedeira.
Se alguém me contasse
Que aquela que eu amava
Sendo tão tímida comigo
Quando me beijava,
Com outro homem deitava Entregando sem pudor
O que a mim não entregava
Eu o chamaria de louco!
Mas um dia,
Maldito seja aquele instante!
Meus olhos se abriram
Quando o punhal da traição,
Desferido pelas mãos
Daquela que eu tanto queria!
Rasgou-me o peito
Sangrando da alma
Qualquer vestígio de esperança.
E é por isso que eu bebo!
E é por isso que eu choro!
Mas não te rias ò amigo
Zombando desse pobre
Por essa história contar,
Se hoje és feliz
Com aquela que te jura
Para sempre te amar!
Amanhã o destino
Pode trazer-te pelas mãos
Atirando-te sem piedade
Da mesa desse bar
Para a calçada da rua.