Fica…(Stay…) – a uma pessoa que se perdeu de mim há demasiado tempo… -
Nos teus demónios
Que com uma persistência quase demente
Gostavas de observar
Demónios bem vivos
Que se manifestavam
Quanto debelavas a insónia
E na tua cama acabas por te deitar…
E eu costumava dizer para ficares
Numa pele que gostava de tocar
Mas a tua mente navegava um pouco por todo o lado
Na história de um mundo que não parava de mudar
Num tempo que passou
Mas que congelaste
Porque descobriste demasiado tarde
Que ela nele
E não comigo
Com quem gostavas de estar…
Sendo que nos olhámos
Olhos nos olhos
Mais um milhão de vezes
Talvez menos
Mas um número que não soube contar
E na primeira vez que realmente vi esses olhos
Reparei nos tais demónios bem reais
Que desde sempre te estavam a devorar…
Reparei na tua luta
Na tua necessidade premente de libertação
Desses demónios
Que te impediam
De para além deles
Possuíres uma mais sólida e duradoira união…
Porque sem dúvida amavas
Ou tinhas uma necessidade de amar
Mas os tais demónios
Faziam de ti
Uma espécie de refém
Que detestava essa prisão
Mas que sem ela não conseguias respirar…
Padecias de um eterno Síndrome de Estocolmo
Ou em termos mais simples
Laços que se estabelecem entre a vítima e o seu raptor
A tua forma
De sobreviver à dor…
Prisioneira de Ti própria
Num momento que se perdeu no tempo
Que aprendeste a fazer a tua força
Para sobreviveres a esse tormento
E assim de nada adiantou
Ter-te olhado nos olhos
Com todo o amor
Que tinha para dar
E ter-te pedido
“Fica”
Tu tinhas partido
Muito antes de chegares
Mas devo-te imenso
Se calhar demasiado
Pois de um certo tipo de demónios
Os meus
Foste Tu
Quem deles
Me possibilitaste Libertar…