Fica…(Stay…) – a uma pessoa que se perdeu de mim há demasiado tempo… -

Nos teus demónios

Que com uma persistência quase demente

Gostavas de observar

Demónios bem vivos

Que se manifestavam

Quanto debelavas a insónia

E na tua cama acabas por te deitar…

E eu costumava dizer para ficares

Numa pele que gostava de tocar

Mas a tua mente navegava um pouco por todo o lado

Na história de um mundo que não parava de mudar

Num tempo que passou

Mas que congelaste

Porque descobriste demasiado tarde

Que ela nele

E não comigo

Com quem gostavas de estar…

Sendo que nos olhámos

Olhos nos olhos

Mais um milhão de vezes

Talvez menos

Mas um número que não soube contar

E na primeira vez que realmente vi esses olhos

Reparei nos tais demónios bem reais

Que desde sempre te estavam a devorar…

Reparei na tua luta

Na tua necessidade premente de libertação

Desses demónios

Que te impediam

De para além deles

Possuíres uma mais sólida e duradoira união…

Porque sem dúvida amavas

Ou tinhas uma necessidade de amar

Mas os tais demónios

Faziam de ti

Uma espécie de refém

Que detestava essa prisão

Mas que sem ela não conseguias respirar…

Padecias de um eterno Síndrome de Estocolmo

Ou em termos mais simples

Laços que se estabelecem entre a vítima e o seu raptor

A tua forma

De sobreviver à dor…

Prisioneira de Ti própria

Num momento que se perdeu no tempo

Que aprendeste a fazer a tua força

Para sobreviveres a esse tormento

E assim de nada adiantou

Ter-te olhado nos olhos

Com todo o amor

Que tinha para dar

E ter-te pedido

“Fica”

Tu tinhas partido

Muito antes de chegares

Mas devo-te imenso

Se calhar demasiado

Pois de um certo tipo de demónios

Os meus

Foste Tu

Quem deles

Me possibilitaste Libertar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 02/06/2011
Código do texto: T3010361
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.