O insustentável lugar comum do Amor…

Li em tempos

Demasiado

Que todas as canções de Amor são parvas

Concordo

Mas acrescento

Numa espécie de dicotomia

Que esse Amor Tudo cura

Tudo salva…

Mas soa-me a uma espécie de agressão

Uma espécie de estalada

Palavras explícitas

Palavras claras

Onde se diz o que se sente

Pode ser de uma forma genuína

Mas que acho particularmente parva…

Se calhar porque já o fiz

Vezes excessivas

Julgando-me estar a salvar de um bem característico perigo

Em que mostrei com todas as letras

E as palavras quer orais

Quer escritas

Que queria uma determinada pessoa comigo…

E se calhar por isso

Apesar de gostar sentidos em linha recta

E de evitar atalhos

Por onde tantas vezes nos costumamos perder

Prefiro as palavras subentendidas

A magia

Ou tentativa disso

De no Amor

Em 1000 palavras dizer o que poderia dizer em 2

Camuflar o que vou sentido

Codificar tal

De uma forma que pouca gente possa entender

A não ser quem eu estime

Que vai decifrar nesse código a minha forma de ser

Apaixonando-me por metáforas

Onde um homem diz que foi da Terra até Marte

Que ardeu em mil infernos

E que deles conseguiu regressar

Tudo para no fim querer dizer

Que ama alguém, que por esse alguém faria o impossível

Que sofreu um pouco, se calhar demasiado

E que é com esse alguém

E apenas com esse alguém

Que gostaria de Estar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/06/2011
Código do texto: T3008197
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