O insustentável lugar comum do Amor…
Li em tempos
Demasiado
Que todas as canções de Amor são parvas
Concordo
Mas acrescento
Numa espécie de dicotomia
Que esse Amor Tudo cura
Tudo salva…
Mas soa-me a uma espécie de agressão
Uma espécie de estalada
Palavras explícitas
Palavras claras
Onde se diz o que se sente
Pode ser de uma forma genuína
Mas que acho particularmente parva…
Se calhar porque já o fiz
Vezes excessivas
Julgando-me estar a salvar de um bem característico perigo
Em que mostrei com todas as letras
E as palavras quer orais
Quer escritas
Que queria uma determinada pessoa comigo…
E se calhar por isso
Apesar de gostar sentidos em linha recta
E de evitar atalhos
Por onde tantas vezes nos costumamos perder
Prefiro as palavras subentendidas
A magia
Ou tentativa disso
De no Amor
Em 1000 palavras dizer o que poderia dizer em 2
Camuflar o que vou sentido
Codificar tal
De uma forma que pouca gente possa entender
A não ser quem eu estime
Que vai decifrar nesse código a minha forma de ser
Apaixonando-me por metáforas
Onde um homem diz que foi da Terra até Marte
Que ardeu em mil infernos
E que deles conseguiu regressar
Tudo para no fim querer dizer
Que ama alguém, que por esse alguém faria o impossível
Que sofreu um pouco, se calhar demasiado
E que é com esse alguém
E apenas com esse alguém
Que gostaria de Estar…