Ansiedade por ti, por mim...
Numa ansiedade sem limites,
procuro enfim o limiar do subconsciente.
Ser sem paz de alma!
Singular sem rei nem reinado!
Indolente no pensar...
Cúmplice de amor e ódio...
nascente de luz e calor
onde nem a própria morte
sobrevive à dor finita deste prazer.
Invoco a mim
o poder que me foge por entre os dedos.
Já não me tenho!
Já não tenho nada!
Sou só e apenas uma imagem,
um corpo debruçado sobre um corpo
e a fúria permanente,
o desespero, a inconformidade,
a necessidade de permanecer a teu lado
embrulhada nos teus braços,
enlaçada, perdida no teu olhar...
Como é gostosa essa dependência!
e, mais deliciosa ainda,
é esta vontade insaciável de depender
e este vazio que me preenche...
e esse sorriso que carrego...
e estas saudades que choro...
O choro me venceu!
A lágrima ja caiu!
Já nem esta sustenho...
e choro... Choro... CHORO
de saudade, de impotência
perante mim
diante de ti
perante nós
Os dois juntos!
Eu e eu
separados, unidos e ligados
incandescentes e apagados!
Te quero simplesmente!
Como num sonho em que sonhei!
Te quero hoje mais que nunca!
Sou dona dos céus
pertencem-me os sete mares.
Conheço a Lua e o Sol como as minhas mãos;
o teu corpo é tão somente um pedaço meu
e o cheiro da tua pele não me conta segredos.
Tornei-me dona do mundo!
Perdi-me a mim...
... e ganhei um tesouro ao qual tenho que aprender a dar o devido valor!