ALÉM-POENTE
Naquela manhã,
Mesmo pressentindo a má sorte,
Ainda assim
Coloquei-me diante de um novo dia.
O sol, como sempre fazia,
Pôs-se por sobre
A crista das montanhas.
Naquele dia, porém,
Estendeu seus raios
E arrebatou-me dos braços
A minha doce amada.
E, num firme galope,
Transpassou o firmamento
E, com a ajuda dos ventos,
Levou-a para o além-poente.
Todos os dias, em vão,
Prostro-me na aurora de cada manhã
E estendo os olhos no ápice das montanhas
Na esperança que o astro a traga de volta.