CATIATCHA

Maria quis dar-me um amor eterno, sem limites

Quis pôr-se a serviço do Senhor Eu

Renunciou a todos os sonhos

Para ter os meus

Os meus sonhos seriam os seus

Maria quis dar-me o seu leito de bálsamo

O seu colo abrasante

A sua simpatia eterna

A sua compreensão imensa

A sua alegria perene

Quis santificar meus defeitos

Mas não quis

Não quis. Acreditem!

Não quis !

Quis a Madalena

Ordinária

Que me pisou com sapatilhas de prego

Imergiu minha cabeça em baldes de gelo

Jogou-me de ponta na sarjeta

Chafurdando

Nem Maria. Nem Madalena

Hoje lamento não ter querido Maria

Maldigo ter desejado Madalena.

Fiquei com a catia

Perambulando em meus infortúnios

Cambaleando

Vou sorvendo até a última gota

O entorpecente líquido de catia

Bendita seja

Maldita catia

Garçom, mais catiatcha!

Alcino Elias
Enviado por Alcino Elias em 01/06/2011
Reeditado em 06/06/2011
Código do texto: T3006879
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