NOSSOS OLHOS SE AMAM

Meus olhos são sentinelas que te assistem por todos os parâmetros

Inimagináveis ângulos revelam faces ocultas de cenas pretendidas

Tuas curvas neles esculpidas remetem o encanto dos sândalos

Ousados desejos vândalos, propostas caladas e difundidas!

Teus olhos presenciam vontades inconfessas e gritantes

Por trás de cada letra suspiros delirantes, na mente a tela proibida

No afã de achar-se desinibida na cópula de corpos flutuantes

Eles nos vêem como amantes numa alvorada sonhada e preferida!

São olhos que se acham estranhamente - o meu e o teu

Vivem o que o destino não nos deu, vislumbram miragens

São cegos para as cinzas paisagens do que a realidade não concebeu

E rasgam o véu de breu que impedem suas íntimas viagens!

Talvez porque são cúmplices que até aqui não transgrediram

Mas quando um dia colidiram, souberam que algo mágico os unia

Transmitem uma sintonia que os universos nunca viram

Jamais confessariam, porém se amam em platônica demasia!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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