Ego

Ego

Quem sou afinal

que me descortinei inteira para você?

Que não deixei uma linha para que lesses

na entrelinha.

E , no entanto sabes ler muito bem...

Guardas contigo avaramente

meus sentimentos tão sentidos

como esse suave lamento

desta triste melodia.

Entrei no meu ego

para esconder-me de mim mesma.

Acho que foi vergonha, nem sei.

Não queria mais que me visses

desta maneira,

de coração aberto,

contando com esperanças perdidas.

Com um passado que jamais voltará,

pois entrei em mim mesmo

qual ostra ferida

machucada na sua formação.

E fiquei quietinha

no escuro desta tão grande emoção.

Era um sentimento tão grande

que senti medo

que fosse descoberto

até por mim.

Aninhou-se no meu ego

com tamanha força e obstinência

que hoje carrego o peso deste lamento,

para que se cale um dia

no meu peito dorido

de amar e amor,

para ser curada

para ser liberta

do meu ego, um dia

desse tão grande amor!

Eda Carneiro da Rocha

" Poeta Amor"

www.albumpoeticoeda.com.br

Poeta Amor
Enviado por Poeta Amor em 01/07/2005
Código do texto: T30044
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