PONTO FINAL.
Quando dois que se gostam
assentam-se na varanda;
e o silêncio, indelicado,
senta-se ao lado...
Coitados!
cansado,
foge-se
o amor.
É como se a varanda, antes enorme,
agora não coubesse mais o casal;
ficam mudos, perdidos,
só o silêncio balbucia...
Enlouquecidos!
Entristecidos,
não são mais
parceiros.
A noite chega e os olhares se enegrecem,
é como se a ela pertencessem;
ficam distantes, peregrinam,
perdem-se na escuridão...
Tudo agora parece
autoflagelação;
tudo tem gosto
de nada.
Aquilo que de forte parecia um sol,
hoje se contorce buscando vida;
percebe que se consumirá,
exaurir-se-á como a noite.
É amor que ficou frio...
Ninguém teve dolo.
Coisas da vida,
tudo acaba!
Acabou.
Ponto
final.