O amor da abelha pela flor

Seduzida pelo néctar

Desta rosa de carinho

Desse pólen sedutor

Assim encontrei-te

Dia após dia

Seu sorriso abasteceu-me

Com o doce que de ti provinha

Resisti a muitos ventos

Tempestades de tristeza

Temporais de solidão

O teu centro acalentou-me

Com tua sépala sedosa

Fez-me olvidar angústias

Da fome que tinha de teu mel

Mas és majestosa em formosura

E agradável é seu aroma

Tua essência é adornar

Tanta beleza notada

Furtou a atenção

De outras mãos

Que a ti levaram

Sou pequena!

Minha força é escassa

Sei que não posso livrar-te

Das mãos poderosas que a ti cobiçam

Ainda assim

Acometi-me em seu amparo

Para que não se achegassem a ti

Mesmo pondo a termo à existência

Não hão de furtar-te de mim!

Pois sem ti

A vida é curta

Sem doçura

Sem sentido

Sei que um dia dirão:

Não se tinha um grande amor

Como a abelha e a flor

Ao ferir também morreu

Pois perdeu-se o ferrão

Oh moribundo inseto ferido!

De coração partido

Seu desejo era sucumbir

No seio de sua flor-de-lis

E envolto para sempre

Entre as pétalas de sua amada

Que se foram

E não mais podem ser tocadas.

Eduardo Franco Vilar

Edu vilar
Enviado por Edu vilar em 30/05/2011
Reeditado em 31/05/2011
Código do texto: T3003842