Amor distante
Te amo tanto e dói não ter, ao menos por enquanto
Teus braços a me envolver, aquecendo feito manto
Sufoca-me as palavras, triste pranto...
Por estares tão distante, vagueio em pensamentos tontos.
Lábios tremulos balbuciam, sem querer, teu nome ao vento
Brisa fria que toca insensível este corpo de ti sedento
Olhar perdido no invisível, tentando exprimir o indizível
Coração fez-se morada para ti, senhora dos meus pensamentos
Cá onde estou, defronte à minha janela, traz o vento doce perfume
São flores do campo, que misturam-se ao imaginário do teu cheiro
Dobrando as chamas deste lume...
Carência desmedida a ferir-me feito gume
Escravo da distância que entre nós se fez tapume
Oh sono! Amada, ao menos aqui posso ter-te em meu sonho.