Tua Ausência
Puro e incesto me tornei perante aos céus,
Indigesto me tornei ao teus olhos,
Da tua boca provei o mel do qual os anjos
Foram testemunhas de tal ato.
Suave se tornou suas palavras frágeis
Que se quebraram aos atos e se entregavam
Aos fatos, arrastada para longe de mim,
Levada pelo vento sombrio, tentei segurá-la,
Enquanto ainda tinha forças.
Sóbrio me tornei, desfalecido sobre o meu próprio
Orgulho, incompetentes foram meus desejos,
Superficial tornou-se meu caminho
Como ser o que eu ainda não fui por querer
Provar de ti em tua ausência.
Em ti sossego o fardo dos meus olhos,
Cansados de tanto de procurar e nevoas espessas,
Nem sábio, nem louco, sabe como se perde em si próprio,
Descobri que tanto de mim repousa nos olhos dela.
Sentimentos que me sufocam com tal beleza,
Ela habita meu coração com tanta clareza,
De ti sou o que sou, sem ti não sei quem eu sou,
O que poderá ser de mim se ainda não te tenho.