AMOR DE POETA II
Tudo é vida
Sol, sorriso, saúde, saudade
A vida é tudo
Cor, coragem, capacidade, cumplicidade
Amar é fresca tinta
Amar passando dos trinta
E quanto mais ama tanto mais fica faminta
Esta fonte nunca seca é partilha no relento
Amor de poeta corre no vento
São letras as folhas que saem do pensamento
Amor que corre solto nas veias até a ponta dos dedos
Amor que pulsa e lateja explodindo sem medo
Fruto maduro que se espalha no solo quando cai do arvoredo
Tudo que nasce nunca morre
Faz parte da prole
Tudo que se mexe neste mundo é pra alguma coisa socorrer
Não se veste uma roupa por vestir
Faz parte do existir o não morrer!
As manhãs vão e voltam assim como o anoitecer
Morre-se no nascer
O esquecer tal como o escurecer
Faz parte da lembrança
A música toca sempre para que exista a dança...
O amor é etéreo
No ar captado sem enjaule
O amor é gozo e mistério
É a vida que corre no caule
Meu amor é partilha que azuleja o dia
Meu amor é ave fugidia
Meu amor é noite vencida pelo sol que a embriaga
Meu amor some na madrugada vaga
É uma fluida azinhaga
Parte e reparte sua aberta chaga!
Amor, onde estás eu permaneço
Se és hospício, sou avesso
Se és normalidade, enlouqueço
Amor que ama de verdade não tem preço
Para amar prudentemente é preciso ser cauto
Incauto é aquele que em si o condenou
Ninguém foge do amor e se realmente fugir
Ninguém jamais saberá como se achou...
Amor me ama que seja lá onde for que vás me levais
Amar-te-ei dentro de mim onde mais preciso que te amais...