NOSSO NINHO DE AMOR
Quando, no pálido entardecer,
A brisa morna do mar
Vem solitária se perder,
Quando na praia úmida
Vens na viração do dia
Sobre a areia se deitar!
O vento se faz moleque
E vem brincar nas mechas
Dos seus cabelos perfumados,
E soprando-as as espalha
Dançando com elas
A luz do luar.
Então, ressonando tranqüila,
Aos poucos vais entregando
O corpo semidesnudo
Aos caprichos da maresia
Que em silêncio te acaricia.
Quando um quadro tão belo
Aos meus olhos se revela
Perco-me em suspiros
Que do peito vão escapando
Quais pássaros cativos
A fugirem da gaiola.
E a procura de um pouso
Um a um saem voando
Em busca de uma ilusão,
Querem construir um ninho
Dentro do seu coração.