Leve Com Você Meu Coração
Essa simples poesia é uma homenagem que faço a Amélie Gabrielle Boudet a dedicada esposa de Allan Kardec. Lembrando que não prego religião mas sim amor e essa mulher representa todas as mulheres que de uma maneira ou outra sabem estender a mão e ajudar, seja o companheiro, um semelhante, um animal ou até mesmo um desconhecido, com a fragilidade de um anjo e a força de uma guerreira. A todas as mulheres do Recanto e dos cantos da vida...
A moça foi criada apenas para cuidar do lar
Curiosa ela foi aos estudos se dedicar
Filha única cuidada com esmero pelos pais
Delicada só era uma moça que morava em Batatais
Sabia rezar mais a poesia era sua religião
Toda vez que se despedia de alguém dizia:
Leve com você meu coração
Não entendia porque alguns a chamavam de culta e inteligente
Se sua única sabedoria era saber gostar de verdade de gente
Um dia numa biblioteca tentou alcançar um livro e não conseguiu
Foi ajudada pelo jovem polido e culto professor Denizard Rivail
A moça com seu sorriso terno e bondoso
Acabava de conhecer aquele que seria seu eterno esposo
Imediata foi a paixão
Na hora do sim ela sussura no altar
Leve com você meu coração
Empenhado na doutrina espírita os bons ensinamentos divulgar
Diante das dificuldades ele descobre a força da mulher a o amparar
Despojada das vaidades mundanas estava ao lado dele na difícil missão
Lecionando para crianças pobres e nas horas duras lhe estendendo a mão
Varavam a noite preparando apostilas e escrevendo até quase extenuar
Mas ela cheia de amor sempre ao lado dele sem nunca reclamar
Um dia ao se despedir dela embevecido
Tocou sua face com ternura e gratidão
Ela lhe sorriu e disse leve com você meu coração
Foram 37 anos de companherismo e união
Viagens pelo mundo e mergulhos na escuridão
Calúnia, inveja, injúria e perseguição
Ela retribuindo com amor, poesia, fé e gratidão
Alan Kardec era o pseudônimo do renomado professor Rivail
Companheiro e único amor da jovem Raquel
De todos os livros que vendeu não quis um único tostão
Dinheiro compra todo o ouro do mundo
Mas não pode comprar um átomo de evolução
Até que no dia 31 de março de 1869 Kardec desencarnou
A mulher que por toda a vida o acompanhou
Cheia de fé e estoicismo como uma mulher forte se comportou
Embora a dor estivesse no profundo do seu ser
Iria dar continuidade a missão para conseguir viver
Na despedida em voz baixa fez ao lado de seu amado uma prece
Quem fica nesse mundo do outro que parte nunca esquece
Obrigada meu amor pelos anos de total comunhão
Leve com você meu coração...