Ressureição

Eu morri...

No dia em que te conheci eu morri.

Morri para a vida da forma como a conhecia,

E renasci, pois o que pensava ser fogo era

Uma modesta chama, languida como a de

Um resto de vela brigando contra o vento

Que teimava em apagar-lhe.

O que chamava de luz era um fraco crepúsculo

Em dia nublado de um meio de outono

cinza e monótono...

o calor? não conhecia, pois que os ventos do

leste sopravam sempre em minha direção

como a desrespeitar todas as leis da física...

Os palhaços eram ridículos homens fantasiados

Em trapos fedidos, pipoca e algodão doce eram

Só complemento de renda em circos sujos e

Sem graça...

Sorrisos eram mascaras ostentadas por hipócritas

Que insistiam em fingir falsa felicidade.

Minha única alegria era embriagar-me e dormir,

Por horas, na sempre constante fuga de uma vida

Que insistia em arrastar-se pelos esgotos de uma

Sociedade maldita.

Então como um milagre fez-se a luz, foste tu que

A trouxeste refletida em teus olhos, em teu sorriso

Franco... Sim !

Pela primeira vez eu via um sorriso verdadeiro,

Puro como a criação, e então se fez primavera em

Minha vida, e a vida que me mostravas era cheia de

Cores e perfume e sabores dantes nunca por mim

Experimentando...

E nesse dia eu morri,

para renascer do ventre de teu Amor,

sim foste tu quem me pariu para

viver comigo Esse abençoado encesto.

E eu um Édipo filho do amor, te adoro como Jocasta

Alguma foi adorada...

E agora ressuscitado tenho medo de morrer...

Zorro Poeta
Enviado por Zorro Poeta em 28/05/2011
Código do texto: T2998769
Classificação de conteúdo: seguro