Vai durar

Quando torço, tolo, que venhas me dar tua boca de presente pela manhã

Achas que sou teu, que sou sério, que sou homem, que sou traste?

Porque imprimo aos ventos isso, sem nenhuma recessão

E grito, prolifero com ardor, chamo no canto e gasto meu dia só porque é por ti

Outra vez me disseste que me amar era fácil, mas que eu não sou “todo amor todo dia”

E quem o é? Pensei que te amar fosse a maior prova de amor possível

E o que é puro entre nós, é o que deixa esse amor difícil de dizer não

E deixa esse gostinho na boca, no queixo … outro dia no corpo todo

Se nós estamos juntos, e vivemos pensando um no outro

E pensamos um no outro, futurando estarmos juntos de novo

Que carinho maior seria aos nossos anseios e coração

Do que nos atarefar em estarmos sempre perto?

[Pausa dramática]

Enquanto respondes …

Me atrevo em até chamar a noite, pois és a única companhia em que, ao lado, não escureço nunca

Fica mais claro que amo tanto

Quando não paro de falar, numa proporção de um “eu te amo” pra cada beijo dado

Rabiscando cadernos

Cultivando intensos carinhos

Florando ao nosso peito

Começando de novo

E não terminando nunca

Contínuo, lindo … próprio.

Daniel Sena Pires – Vai durar(28/05/2011)