Adeus

Maldito espelho que mostra a verdade

Eu estou feio, velho e encarquilhado

Tinha na mente memórias do passado

Em que era livre como um cavalo alado

E com minhas grandes asas podia voar

Voava por florestas, desertos e por mar

Tinha meu coração puro e selvagem

Na floresta tinha a força das folhagens

Nos desertos não era apenas miragem

E no mar era como a onda indomável

Onda que se lançava na branca areia

E enlaçando linda e pura sereia

Amava neste enlace ao som do mar

Eu bebi todos os vinhos do mundo

Cheirei as mais suaves e belas flores

Andei por vales muitos profundos

Chorei por ter perdido amores

Amei como todo o meu coração

E agora alguém põe este espelho

Em minhas mãos

Talvez para alertar meus sentidos

Ver que sou apenas um animal ferido

Velho sem abrigo

E que só me resta dizer

Adeus

alexandre

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 27/05/2011
Código do texto: T2997016
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