Adeus
Maldito espelho que mostra a verdade
Eu estou feio, velho e encarquilhado
Tinha na mente memórias do passado
Em que era livre como um cavalo alado
E com minhas grandes asas podia voar
Voava por florestas, desertos e por mar
Tinha meu coração puro e selvagem
Na floresta tinha a força das folhagens
Nos desertos não era apenas miragem
E no mar era como a onda indomável
Onda que se lançava na branca areia
E enlaçando linda e pura sereia
Amava neste enlace ao som do mar
Eu bebi todos os vinhos do mundo
Cheirei as mais suaves e belas flores
Andei por vales muitos profundos
Chorei por ter perdido amores
Amei como todo o meu coração
E agora alguém põe este espelho
Em minhas mãos
Talvez para alertar meus sentidos
Ver que sou apenas um animal ferido
Velho sem abrigo
E que só me resta dizer
Adeus
alexandre