[TUDO BEM VOCÊ ME DEIXAR!]

Vou saber, depois de um tempo, lidar com o vazio e o sofrimento.

Porém, antes disso, ficarei perdida como numa escuridão que se tornará completa quando eu me fechar em minha dor.

Nesse instante, provavelmente eu não me reconhecerei, aliás, ninguém me reconhecerá e, talvez, nem eu reconheça alguém.

Assim, aprenderei reconhecer, somente, os passos da dor que sentirei e nesse abismo pretendo ficar, pois não há canto melhor no mundo para quem perde quem amou.

E depois de um tempo, me abrirei novamente, deixarei uma fresta para que a luz entre de novo em minha vida e com os raios da luz, que venha a felicidade se dissipar em mim.

E não existirá mais vazio, pois eu estarei preenchida de esperança. E.. talvez, você só existirá no contento da lembrança distraída, que súbita como tal, se perderá.

É poesia falar do que eu sinto, mas o que não se torna poesia quando dito com o coração?

Descrever minha escuridão é como descrever a sua. Todos nós nos encontramos numa quando não nos encontramos em alguém.

E ela cai como uma lágrima pela face que escorre como água entre os dedos e some como chuva em solo seco, mas, presente e sentida como um beijo.

Que não dissipa... que não se esquece... que se carrega, que enlouquece!

E contundente caleja meu peito

E fragiliza minha alma sem o seu amor

Mas que me ensina que perder faz parte do amar

E me solta no frio do universo, na dor

Onde o choro consola-me, fazendo-me aceitar

O findar de um amor

E o recomeço... quem sabe, de novas formas de amar.

Tudo bem você me deixar!!!

Dolores de Carvalho
Enviado por Dolores de Carvalho em 27/05/2011
Código do texto: T2997001