OS NÓS DO AMOR SE DESATAM...


Urzem os álamos e voam os pássaros

o seu voo inconcluso,

porque surge aquele inverno onde as

palavras caem

como se fossem folhas mortas

de antigos verões.


Então um vento quente renova

de repente

o que estava hirto e descansando

num outeiro destinado a florescer.

E tudo novamente brilha

neste perfumado

da noite que eu mesmo imaginei...porque

se da vida não tiramos proveito...

em algo sempre encontraremos um defeito.


Há silêncios que são momentâneos...

circuncizados

daquelas vontades mais amplas...

num descortino

apemas daqueles ventos amorosos...

que vão e que vêm...

e que esquentam e resfriam as paixões

mais instigantes e vorazes.


Então como de um sonho acordamos...

e descobrimos que nossos

desejos seguem

outros caminhos...mais acessíveis.

Mais compreensíveis...

e moldados.

E então... os nós se desatam...e um inverno

chega sem ser convidado.