AMOR, PAIXÃO E VIOLA
Abra janela morena
E venha ouvir o meu canto
Que até a lua te inveja
Com ciúme desse poeta
Que te oferece em serenata
Esses versos apaixonados.
A pobrezinha reclama
Renegada ao abandono
Pelo amante sonhador
Que todas as noites a esperava
Para vê-la sair do banho
Quando emergia gloriosa
Da lagoa encantada
Lá no cantinho da mata.
E até a viola!
Antes tão acariciada
Por essas mãos,
Agora passa as noites
Largadas sobre a mesa
Em completa solidão.
Mas, se não abrires
A janela desse quarto
Para ouvir minhas canções!
Voltarei novamente
A cantar para a lua,
E a viola outra vez
Nos meus braços vai gemer
Quando em versos eu chorar
A saudade de uma morena
Que não quis me amar:
“Ai viola!
Chora que a saudade
Não é pequena!