Essa Velha Ponte
Meus passos ruem nas travessas,
A poeira do tempo se ergue,
Todas as vidas passadas,
Todas palavras avessas,
Os olhos param,
Mas o olhar segue...
Naquela acalenta tarde,
O sol morno aguardando,
Atmosfera estagnada,
O homem covarde,
Esperando a insônia,
O pulso se esgotando...
E essa velha ponte,
Onde passa um belo rio,
Onde há eu ontem,
Só para que conte,
Quantos rostos nos fitaram,
Quem foi turvo ou óbvio.
E no estouro da prima-estrela,
As razões se anularam,
Tão jovem morreu a luta,
Antes mesmo de vê-la,
Senti que tão velho estava,
Quando as águas se secaram,
Tal as lágrimas dessa disputa,
Que matou meu coração...