O POEMA PERFEITO...
Se, de repente
eu me tornasse um poeta e
surgisse de mim um poema de amor;
não um poema qualquer, mas o Poema!
Aquele que todo poeta louco sonha;
busca incessantemente e nunca
vem... Um poema real e forte
onde eu, você e o amor
seríamos unos
e eternos.
O poema, de fato,
não nasceu, nem nascerá.
Ele será ausente feito um diamante
cobiçado, de cores belas, precioso e raro!
Mas eu tenho seus olhos lindos, brilhantes
e desejosos de mim. De que sou carente?
Nem um único verso daquele poema
faz-me falta. Seremos sempre:
eu, você e um poema
distante e
alheio.
Se nos faltou o poema,
de certo teremos sempre um
céu azul e estrelado no natal de cada ano.
Eu sempre terei um natal com você!
Que falte a árvore e presentes,
que não tenhamos presépio!
Ainda assim teremos um
natal esplendoroso,
ornado de amor
e sonhos.
Parece que eu não sou
eu somente; quem sabe sou parte
do poema renitente, teimoso e meio rústico.
Tem horas que sinto que partes de mim
caminham soltas nas noites quentes!
Quem sabe o poema não sou eu e
não nos falta nada nesta
vida meio insana
e meio santa,
amém.