Fotografias…ou quase fotografias…de Ti…
Sem tempo
Mas sei que essas fotografias fazem parte de um passado comum
Onde nunca estive
Onde estavas Tu…
Esboços de uma personalidade
Perdida
Uma imagem
Que por ter sido gravada
E misteriosamente preservada
Ficou para Toda a Eternidade…
Achadas num local remoto
Algures no Espaço Profundo que se quer infinito
Ecos de alguém
De uma civilização
Que se perdeu
Que se perdeu por toda a imensidão…
Ecos de uma familiaridade
Tidas no brilho esbatido do teu olhar
E uma vontade
Que nunca se irá se concretizar
De contigo
Poder estar…
Mas o tempo passou
Sem que ninguém se atrevesse a caucionar
A sua ditadura dos sentidos
O tempo passou
Apenas alguns anos
E não centenas
Não estás do outro lado do Universo
Afinal
Estás bem perto
Mas nada há a fazer
Mais do que o tempo
O que distância as pessoas
São decisões
Tomadas de determinadas posições
Fixas e não dinâmicas
Que fez
Com que apenas tenhamos fotografias um do outro
E mais nada queiramos ter
Porque a mesma personalidade que nos seduzia
É aquela
Que quando pensamos nela
Nos faz
De certa forma morrer…