Náufrago Coração
Em demorado pranto
Despertas no cotidiano
Abandono do viver
Ácido sabor dos desenganos
Pranteias o leito vazio
As solitárias manhãs
Soturno silêncio da madrugada
Náufrago coração
Esquecido no porto da solidão
Vislumbras embassadas miragens
Carinhos diluídos
Imenso mar de dor
Alma ancorada no desamor
Gritas por carinho
Cansado estás de bater sozinho
Pedes tão pouco do viver
Sentes a vida fenecer
Náufrago coração
Esperas um dia renascer
No afeto jamais provado
No calor do leito compartilhado
No silêncio do beijo demorado
Náufrago coração pelo amor
Abandonado.
(Ana Stoppa)