SOBREVIVA
14.12.05.
Inesgotável, incontroladamente persisto em busca de você mesmo e
Chora de raiva quando a encontro, a atinjo em cheio
Nua e crua
Intercepto mosquitos de seu filó colorido e
Amargam-me amoras de seu terreiro
Sem culpa...
Você sem culpa
Meus milagres de sobreviver
Das cinzas renascer
Momentos dessa lucidez são horríveis
Prefiro os delírios escuros
Prefiro minhas fotos amareladas e mortas
Sou acúmulo de outras coisas que você não pode suportar
Meu grito é do Ipiranga
Fique certa de que eu vou te ajudar
Não precise mais de seus esconderijos
Sou irritável, porém desprendido e todo listo
Preparado para as desgraças
Para as chatices
Assim é meu coro, assim eu canto
Assim é meu couro, estas são minhas listras
Camaleonicamente mil pessoas a cada segundo
Sem culpas sou ainda melhor e
Você também...
Sobreviva!