Minha canção de amor...
Sigo com o vento,
Em direção do infinito.
Percorrendo o todo
E chegando mais que cedo ao nada.
Sigo em direção oposta ao teu sorriso.
Oposta está minha mão de ti.
Sigo ao sul,
Permaneces no norte.
Sigo com o vento.
O mais longe que possa está minha dor,
De ti,
De nós.
Não sei o que faço por entre essas linhas.
Não sei mais o que expressar por entre minhas lágrimas.
Sigo...
Sei que sigo,
E longe de ti estou.
Há um ponto no infinito espaço que vou ocupando.
Ponto perdido,
ponto deslocado
sem ter por onde percorrer
e delinear nossa linha do tempo.
Sigo...
Sei que sigo sem ti,
Sem nós.
Pois não mais estamos um no outro,
Não há teu todo em mim.
Não há meu tudo por ti.
Estás por onde minha imagem de ti não pode mais ser formada.
Estás por onde minha dor por ti não é vista e nem sentida.
Não chamas por meu nome em hora de tempo algum.
Não me tens mais em tua pele.
Não estás mais em meu corpo.
Sigo...
Sei que sigo,
Com o vento em busca de um pouso,
Em busca de repouso.
Corpo cansado,
Alma desfocada,
Sem a essência do amor.
Sem a vontade do viver.
Sem coragem de seguir,
Sigo...
Sei que sigo.
Em tempo hoje diferente,
Estás de mim.
Estou de ti.
Estamos de nós.
Sigo...
Sei que segues também.
No longe espaço estás,
E não consigo mais te ouvir,
Ou ver-te o sorrir,
Ou sentir o tudo de ti em mim.
Ah! Se o sonhar de mim seguisse,
E o formato real tomasse,
Estaria eu em teus braços novamente
Em ti para todo sempre
O vento nos levaria
E nunca mais acordaria...
E nunca mais acordaria.