A NAU

Demente a alma se entrega novamente

Nessa louca viagem de aspiração febril

Num oceano sem porto à terras que nunca se viu

Em percorrer as virgens divisas desse continente.

Selva, montes, íngremes colinas e vales

Tudo se ergue nessa terra de além mares

E onde pairava virgem atmosfera

Agora maculado, só vestígios do que antes era.

E assim penetrados suas íntimas entranhas

Descobertos seus recônditos segredos e torpe pela embriaguez

Dessa louca prática excêntrica, só vestígios duma nudez.

E como em tantas vezes, partirá o tripulante dessa nau

Que no oceano dessas costas e os vales dessa colônia

Há de deixar noites febris de lembranças, desejos e insônia.

Gilmar Faustino
Enviado por Gilmar Faustino em 21/05/2011
Código do texto: T2984897
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