A NAU
Demente a alma se entrega novamente
Nessa louca viagem de aspiração febril
Num oceano sem porto à terras que nunca se viu
Em percorrer as virgens divisas desse continente.
Selva, montes, íngremes colinas e vales
Tudo se ergue nessa terra de além mares
E onde pairava virgem atmosfera
Agora maculado, só vestígios do que antes era.
E assim penetrados suas íntimas entranhas
Descobertos seus recônditos segredos e torpe pela embriaguez
Dessa louca prática excêntrica, só vestígios duma nudez.
E como em tantas vezes, partirá o tripulante dessa nau
Que no oceano dessas costas e os vales dessa colônia
Há de deixar noites febris de lembranças, desejos e insônia.