É num dia assim

É num dia assim que o amor morre

Num fim de tarde com sol

Num dia morno com vento

Num céu avermelhado escurecendo

É sem ansiedade que se vai

Sem dor

Sem mágoa

Sai como se fosse já voltar...e não volta

A gente se acostuma e quase não sente

Pensei num dia de frio

Que amor não morria, não se ia

Que era eterno como a arte

Como o céu, como fogo que arde

Mas é vil como a carne

Sangra e morre, se aborrece e vai embora

Agora, no fim de tarde, eu lembro, lembro da presença dele

Do amor que se aborreceu e foi embora, sangrou e morreu.

[Latinidade Poética, Organizador: Marcelo Puglia, 2009, São Paulo]