Luz Anunciada

Era tanta luz que dela emanava

que a tomava, envolvia, purificava,

e era tão forte a luz que nela se avistava

que perdeu sua força na luz que abraçava.

Luz que era luz e mais nada.

Era luz que nada iluminava,

luz que seu amor próprio recriava,

era tanta luz que não se via mais nada

e na sombra renascida, nova luz esperava.

Luz que a si mesma confiava.

Ah... Que tanta luz emanava,

se não fosse em sombras tão sonhada,

pudera ao menos uma vez ser anunciada

pelos destroços do espírito que ainda buscava.

Luz de força infinita.

Forte luz que tentava todos os dias,

pois, vazia em si, alimentava sombras tardias,

na cruel incerteza, emanava brilho sem magia

buscando amparo nas sombras de uma noite fria.

Luz que não acreditava.

E era tanta a luz que de si fluía,

luz que ensaiava a vida que viria

e tamanha era a alegria no pranto que partia

que o velho abraçou o novo na nova luz que refletia.

Luz sem vida que a própria vida encontrava.

05/11/2006

Aisha
Enviado por Aisha em 22/11/2006
Código do texto: T298397