MILIMETRADO

16.01.94.

São os metros que me cabem

Os pedaços que ocupo no espaço

Os passos que dou cruzando metros

Megametros...

O mais de um metro que fiquei

O mais meio metro que queria ter ficado

Os milhares de metros que cruzei

Muitas horas nesse chão

Algumas pelo ar, pelo mar

Um coração

Nem meio metro quadrado

Penso

Tão ínfimo, tão frágil

Logo existo

Amei com ardor

Na velocidade de 200 mil metros por hora

Acelerei-me em batidas federais

Ocupei meu coração loteado

Veja só que burrice

Cadê espaço para mim agora?

Virei um milimetrado!

Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 20/05/2011
Código do texto: T2982604
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.