EM TI NAVEGAR

EM TI NAVEGAR

Navego por sonhos insanos

Rompendo as brumas espessas

Que me turvam a alma.

Busco nessa aflição

A luz de teus olhos para me guiar

Pois, só eles podem romper esse breu.

Quanto mar ainda a singrar

Para aportar em teus seios

E ao final sentir-me em casa.

Nos lençóis de tua alcova,

Meu porto seguro,

Ferros hei de lançar.

Em delírios lascivos

Uivam os ventos

Nesse mar encrespado.

Tua boca devora

Meus gemidos de gozo

Em ondas devassas.

E por fim,

Em manobras sutis

Zarparei já saudoso,

Partindo, profano,

De tuas águas profundas.

Claudio De Almeida
Enviado por Claudio De Almeida em 20/05/2011
Reeditado em 24/04/2017
Código do texto: T2982035
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