EM TI NAVEGAR
EM TI NAVEGAR
Navego por sonhos insanos
Rompendo as brumas espessas
Que me turvam a alma.
Busco nessa aflição
A luz de teus olhos para me guiar
Pois, só eles podem romper esse breu.
Quanto mar ainda a singrar
Para aportar em teus seios
E ao final sentir-me em casa.
Nos lençóis de tua alcova,
Meu porto seguro,
Ferros hei de lançar.
Em delírios lascivos
Uivam os ventos
Nesse mar encrespado.
Tua boca devora
Meus gemidos de gozo
Em ondas devassas.
E por fim,
Em manobras sutis
Zarparei já saudoso,
Partindo, profano,
De tuas águas profundas.