INTERURBANO SOM
08.06.93.
Quem és trigueira consorte
A quem não miro e
De quem não me rescende fragor
Serias acaso minha sorte ou
Ao menos o renovar
Desse meu subtraído vigor?
Glacial me é teu interurbano som
Volúvel ficou meu desejo núbil
Tua regra me instiga ao dom de
Ao te imaginar lendo
Saber que iludida sorriu e
Feliz ficou
Submerso em tamanha alocução
Sonho o suposto; irreconciliável?
Imploro nesse meu condoído coração
Em que não cessam as lágrimas
Um pouco apenas que seja
Inocente, reparável
Serias tu, distante criatura
Reservas do pálido destino?
Alento ao coração menino?
O sonho vívido que perdura?
Ou contrariamente:
Amargura, desatino?
Tu pensas ser quem?
Alguém que invade, que mexe, que marca?
Descreva-te a ti mesma!
Sabes fazê-la ao menos?
Amas algo ou alguém?