INTERURBANO SOM

08.06.93.

Quem és trigueira consorte 

A quem não miro e

De quem não me rescende fragor

Serias acaso minha sorte ou

Ao menos o renovar

Desse meu subtraído vigor?

Glacial me é teu interurbano som

Volúvel ficou meu desejo núbil

Tua regra me instiga ao dom de

Ao te imaginar lendo

Saber que iludida sorriu e

Feliz ficou

Submerso em tamanha alocução

Sonho o suposto; irreconciliável?

Imploro nesse meu condoído coração

Em que não cessam as lágrimas

Um pouco apenas que seja

Inocente, reparável

Serias tu, distante criatura

Reservas do pálido destino?

Alento ao coração menino?

O sonho vívido que perdura?

Ou contrariamente:

Amargura, desatino?

Tu pensas ser quem?

Alguém que invade, que mexe, que marca?

Descreva-te a ti mesma!

Sabes fazê-la ao menos?

Amas algo ou alguém?

Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 20/05/2011
Código do texto: T2981916
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