DELÍRIOS
Coisa esplendorosa que desata em mares com a força das tormentas
É essa que te dou quando me fomentas, é tudo que obtenho em teu calor
Remete ao fulgor das ventanias e à estirpe das imorredoras lendas
Em todos os nossos vértices e fendas, numa invasão impetuosa de ardor!
Coisa magnífica e dignificadora dos atos mais insolentes
Desde as gradações incipientes até seu apogeu que a tudo prenuncia
É qual frescor dos ares que anuncia com magia a presença das torrentes
E as suas águas inconsequentes que a tudo varre em demasia!
Coisa provocante, forte demais para ser detida
Transforma tua alma inibida em fonte de indomada incandescência
Ao meu corpo presta reverência, propondo-lhe embriaguês bandida
Sem previsão de despedida, sem prejuízo à pecaminosa inocência!
Coisa inflamável, inadiável e delirante
É ser amado e amante, é ser caçado no auge de meu ego predador
Nada melhor que ser guiado pelo esplendor desse horizonte
Que é ver o brilho apaixonado de tua fronte no palco do nosso amor!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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