Roubaram-me o cavalo alado

Não posso mais sonhar acordado

Pois, preciso para mim mesmo olhar

A fuga tornou-se obsessão

Para livrar-me do pesadelo ao luar.

Seus olhos me lembram o desespero

De uma vida que sucumbiu ao tempo.

Roubaram-me o cavalo alado

Não tenho como fugir com o vento.

Na penumbra sombria da alma

Busco o caminho da liberdade

Na esperança de encontrar a razão

Que afaste de mim a saudade.

Sou fruto da árvore infrutífera

Que nasceu às margens do deserto

Quero correr nos campos floridos

Nos vales da sombra aqui perto.

Roubaram-me o cavalo alado

Mas, quero fugir mesmo assim

Tirem os grilhões que prendem minhas asas

Quero alcançar seus olhos enfim.