A ÚLTIMA HORA

Sou um homem triste!

Assim como um relógio velho

Que alguém esqueceu

Pendurado na parede.

Um relógio quebrado

Cujos ponteiros parados

Desistiram de correr

Perseguindo o tempo

Como prisioneiras condenadas

A um cárcere de saudades

Todas as horas passadas

No meu peito cansado

Para sempre tenho guardadas.

Talvez um dia

Uma mão caridosa

Venha de repente

Consertar o relógio

Para que se reatem

Os fios das horas

Na linha do tempo.

Quanto a mim

No entanto,

Jamais haverá

Quem novamente possa

Trazer de volta a esperança

Que se perdeu para sempre

Nas últimas batidas

Dessa minha vida sofrida.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 17/05/2011
Código do texto: T2975038