O AMOR NÃO ME ABANDONA
Eu quis versar o meu decreto de nunca mais voltar a te querer
Cegar a sede de te ver, fugir dos teus indícios
E revolucionar meus vícios para de ti não depender
Eu juro que tentei te esquecer e sem esmorecer nos sacrifícios!
Determinei ao coração que procurasse um novo alguém
Que nada me obriga a ser refém de teus supostos atributos
Andei a passos curtos pra evitar que colidíssemos mais além
E achei por bem usar todos os ódios que me fossem justos!
Muitas vezes acordei dizendo pra mim mesmo que nasci mais uma vez
Doando indiferença e surdez ao insistente mantra da saudade
Até me enganei com muita sinceridade, chegando a crer que a perfeição nunca te fez
Ludibriei a própria lucidez pra enlouquecer a sanidade!
Eu cumpri à risca os preceitos das receitas, segui fiel as bulas
Dei-me ao transe das loucuras e quis matar os cacos desse terror
Tentei me permitir um novo amor, tentei andar por outras ruas
Mas todas as esquinas eram tuas e te amando ainda estou!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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