UM poeminha de AMOR...
UM poeminha de AMOR...
Poesia,
seja discreta,
pise lentamente.
Somente ela deve entender,
somente ela pode perceber,
que estou a falar de amor...
Poesia,
sua voz é cativante,
então, fale baixinho.
Pode ser que ela dorme,
deixe-a dormir sossegada.
De manhã, sussurre nos ouvidos dela...
Poesia,
agora fale que é hora,
tome a mão dela e fale.
Quase fale sobre amor,
quase fale de saudade,
deixe que ela se dê conta...
Poesia,
Se a mão tornar insegura,
se um fado tocar na hora...
Cale-se. Silencie de pronto.
Se um acorde soar pujante,
já será poesia, não fale nada!
Poesia,
Se lhe faltar o ar,
se lhe fugir o chão.
Essa é à hora, fale ao coração;
não diretamente, suavemente...
Ela deve captar o quiser captar.
Poesia,
depois volte e me arrazoe
abertamente se ainda há amor.
Se será verde minha primavera,
Se terei ar puro nas minhas manhãs...
Se você poesia, ainda será poesia, quando anoitecer!