Segredo e fantasia
Segredo e fantasia
Por Abílio Machado. 18042011.
Um peso me toma os ombros
Peso, assombro e lúdico
Segredo lacrado na pele
No cheiro, no medo e no sim...
Ao ver a mata rasteira
No morro de poucos pinheirais
O peito aperta forte, não saceia
É ele, o segredo, a despertar em meus ais.
Surge assim atrevido
Não apresenta receio ou rancor
Alimenta boas lembranças
Ao me embebedar no sabor
É descrito nestas linhas
Um romance de guri
Escrito em poucas linhas
Vividas na ilha, logo acima do Cambuí
E vem mascado, atordoado
Olhos fechados a ver
Esta memória que confessa
No azul do céu cristalizado
Num sol quente de maio
A vida é promessa ou a recordação é sofrer...
Este presente segredo
Segredo presente em mim
São as horas que disparam
Não é mais o alvorecer
Minha garganta não se atreve
Um pigarro a denuncia na lágrima a descer...
São momentos tão perfeitos
Na não promessa que perpetua a cada dia
Vez ou outra emerge a todo
E sem a coragem que sei que não tenho
Me deixo navegar perdido na noite
Escondido em minha alma
O prazer e a fantasia...
Que era eu naqueles dias, feliz!
Nem mesmo as estrelas sempre testemunhas da vida, o sabiam...
Que eu amava assim...